quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Discurso de O grande ditador, de Charles Chaplin

"Aos que me podem ouvir eu digo: `Não desespereis!' A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia, da amargura dos homens que temem o avanço humano..."

Charles Chaplin

Em seu filme O Grande Ditador, Chaplin vive uma brilhante sátira a Adolph Hitler. O climax clássico deste filme é o célebre discurso final, um libelo ao triunfo da razão sobre o militarismo. Atuando e sendo o diretor do filme o Grande Ditador, Chaplin foi acusado pelo Comitê das Atividades Antiamericanas, além de ter sido confundido à figura de um comunista com um discurso anti-nazista e humanitário. É certo de que a grande provocação à ideologia americana foi o discurso anti-nazista já que os Estados Unidos, paradoxalmente, estavam em guerra contra a Alemanha e ao lado da União Soviética. Eis a fala proferida no filme O Grande Ditador: "O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém, desviamo-nos dele. A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da produção veloz, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz em grande escala, tem provocado a escassez. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade; mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura! Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido." Este discurso foi responsável em grande parte pela sua expulsão dos Estados Unidos uma década depois. Para fins de estudo, salientamos que se trata de uma comédia, porém, de cunho conscientizador, agindo como um filme que denuncia a barbárie ocorrida na Europa. De consciência social intensa, o filme busca questionar um período efervescente de movimentos fascistas na Europa, criticando a apologia do cidadão que, por patriotismo, tolera o assassinato de milhões de judeus. Um detalhe importante é que o personagem Carlitos era um judeu.

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